O dia 15 de março é dia de mobilização e greve geral contra os ataques à Educação e à Reforma da Previdência. A data marca o início das lutas de diversas organizações, como Movimentos Sociais e de Mulheres, a Frente Brasil Popular, diversas Confederações como a CNTE, Centrais Sindicais e Sindicatos por todo país. O SINTRAMB se junta a estas organizações e convoca os servidores e servidoras de todas secretarias a cruzarem os braços nesse dia.
A Reforma da Previdência, apresentada pelo governo de Michel Temer é um dos piores retrocessos para os trabalhadores. A proposta, se aprovada acabará com o direito a aposentadoria integral dos trabalhadores e principalmente das trabalhadoras, pois são as mulheres as principais vítimas dessa reforma. A proposta pretende aumentar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos, para homens e mulheres, com tempo mínimo de 49 anos de contribuição para poder receber a aposentadoria integral.
Temer está sendo bem cruel. Propõe retirar o direito histórico das mulheres de aposentar-se integralmente com diminuição de 5 anos com relação aos homens. Na que regra atual considera-se as várias jornadas de trabalho que as mulheres enfrentam durante a vida.
Outro grupo que perderá direitos é o grupo do magistério, da educação básica, pois a PEC 287 suprime o direito à aposentadoria especial do mesmo. Se aprovada tal como está a regra atingirá os atuais professores abaixo da idade de corte 50 anos (homem) e de 45 anos (mulher), bem como para os futuros profissionais que ingressarem na carreira. A idade mínima para aposentadoria integral passará para 65 anos para homens e mulheres.
Na prática, significa que professores que hoje se aposentam integralmente com no mínimo 55 anos de idade + o tempo de 30 anos de contribuição, terão que trabalhar pelo menos 10 anos a mais para ter na íntegra sua aposentadoria. E as professoras que hoje se aposentam integralmente com idade mínima de 50 anos + o tempo de 25 anos de contribuição, terão que trabalhar pelo menos 15 anos a mais para atingir os requisitos da aposentadoria integral de acordo com a regra proposta.
Para a diretora de Educação do SINTRAMB, Camila Bandeira, isso significa um duro retrocesso para as mulheres e para os professores e professoras da educação básica. Que diante das jornadas excessivas e precárias estão muito suscetíveis ao esgotamento e adoecimento físico e mental. “É decadente imaginar um professor em uma sala de aula com 65/70 anos de idade”, afirma ela que é professora do 1º ano no ciclo de alfabetização, em Bayeux. Ela relata ainda que, passar mais que 25 anos em sala de aula significa um aumento no número de educadores doentes, ocasionando afastamentos e readaptações. Um retrocesso para os direitos trabalhistas da categoria e para a qualidade da educação.
Por isso, no dia 15 de março os trabalhadores e as trabalhadoras devem dizer NÃO à Reforma da Previdência.